O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência comemora-se anualmente a 3 de dezembro.
A data tem como principal objetivo a motivação para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência, e a mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar, para que se crie um mundo mais inclusivo e equitativo para as pessoas com deficiência, seja ela física ou mental.
Em 1998 a Organização das Nações Unidas avançou com a convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência.
Origem do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
A ONU - Organização das Nações Unidas é a responsável pela criação da comemoração, o que aconteceu em Assembleia Geral em 14 e outubro de 1992.
Em Portugal existem um milhão e 700 mil portugueses com incapacidade e/ou Deficiência, e a Pandemia veio fragmentar e estigmatizar ainda mais uma população já por si, com dificuldade no acesso à igualdade e oportunidades.
Pensemos na exclusão social a que estão sujeitas, pois a circulação na rua está desaconselhada e o distanciamento físico transformou-se em distanciamento social; Ou nas terapias que foram canceladas ou interrompidas devido à pandemia, no acesso a cuidados essenciais de que precisam para ter alguma saúde, ou bem-estar; nas crianças com deficiência que na telescola não conseguiram acompanhar as aprendizagens, pois não tinham os professores de ensino especial, ou terapeutas que os acompanhassem e os conteúdos não eram adaptados; No acesso a serviços públicos que deixaram de ser presenciais e se tornaram digitais, ou por acesso telefónico, e que se tornaram de difícil acesso para uma grande maioria de pessoas com deficiência.
Por estes e por muitos outros motivos, não deixemos de lembrar as pessoas com deficiência, que ao nos encontramos com uma pessoa com deficiência, nos lembremos que antes de qualquer adjectivação ou qualificativo é uma Pessoa, de pleno direito, como qualquer um de nós e que merece toda nossa empatia, aceitação, inclusão e actos cívicos.
Deixo um poema escrito por Mário Quintana, que nos faz pensar nos "Rótulos" das pessoas diferentes:
“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.
“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
“Diabético” é quem não consegue ser doce.
“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das Deficiências é ser miserável, pois:
“Miseráveis” são todos aqueles que não conseguem falar com Deus.
(Mário Quintana)
ou ainda um poema de uma criança chamada Beatriz que sentiu o que é ser diferente:
Somos todos iguais,
e ao mesmo tempo diferentes.
Somos todos normais,
tristes ou contentes.
Cadeira de rodas ou a pé,
é indiferente, há que ver.
Olhos não vêem corações,
dentro do peito a bater.
Ter uma deficiência
não é o final,
é apenas o início
de uma luta desigual.
Nunca digas nunca,
a vida não foi feita para desistir,
mas para lutar...
Lutar e prosseguir!
Beatriz
Deixo um ensinamento (mais um) de Paulo Freire:
Pedro Paulo Duarte - Psicólogo
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