top of page
Buscar
Foto do escritorPedro Paulo Duarte

STOP Bullying (versão Zeta - depois de terem falhado as versões alpha, beta, gamma...)



O Bullying está de novo nos nossos noticiários.

Mais uma vez, uma cena publicada numa rede social foi o gatilho para esta convulsão que fez despertar pais, professores, alunos e sociedade em geral. Mas esta foi só mais uma cena da vida quotidiana, que infelizmente sucede em todas, ou na maioria das escolas do nosso país.


Mas, como se de uma verdadeira convulsão se tratasse, acomete a pessoa por um determinado período de tempo e depois passa. No caso da convulsão, ainda bem, neste caso, é pena. E quando a televisão se apaga, ou se sai da rede social, voltamos a esquecer que existe bullying, ou a não saber (ou não querer) identificá-lo quando o vemos nas escolas, ou na rua.


O Bullying é um problema real na vida dos nossos alunos (e no meio laboral também, assim como na sociedade, onde proliferam Bullies, mas deixemos isso para outro post), não é uma moda, ou uma mania de psicólogos, é um facto que continua a matar centenas e milhares de crianças, adolescentes e jovens todos os dias, pelo mundo fora.


Sim, a matar!


A matar os seus sonhos, a matar as suas emoções, a matar o seu bem-estar psico-socio-emocional, a matar a sua inocência, a matar o seu futuro e, por vezes, a matar de modo efetivo.


Trabalho e sempre trabalhei com os dois lados da barricada, com agressores, vítimas e suas famílias.


O meu trabalho com as vítimas de Bullying é fácil de perceber, é um trabalho de reconstrução de si mesmas, de voltarem a acreditar que nada têm de mal e que têm o direito de ser como são, sem a ninguém pedir desculpa pela sua existência. Que são pessoas que merecem ser felizes, exatamente com a mesma força e direitos que os demais, como tu, ou eu.


Quanto aos agressores é um trabalho igualmente complexo, de desmontar crenças, de trabalhar medos, inseguranças, máscaras e arquétipos que estão contruídos e que são sinal das vivências e crenças internas. Seria mais fácil dizer que a culpa é dos pais, mas estaria a ser injusto muitas vezes, e não conheço todas as famílias dos agressores para dizer isso. Mas digo que há uma cultura enraizada na nossa comunidade de sobressair pelo desmérito ou desvalorização alheia e isso fica impresso no nosso ADN, desde que somos pequenos e passa, como um código genético tóxico.


"A Preta corre bem"; "Pareces uma girafa"; "É meio sensívelzinho"; "não sejas maricas"; "é burro que nem uma porta".; "deves ser Def."


Ouvimos isto todos os dias, às vezes dizemos sem dar conta. E os miúdos passam anos a ouvir falar mal de outros e a ser validado por nós adultos. "É normal" ,pensam eles, os meus pais fazem, os meus professores fazem, nas redes fazem, é normal.

E é mesmo normal! Porque a "normalidade" enquanto conceito é um comportamento que é repetido e praticado pela maioria. Mas por ser normal é correto? Não, não é.


Então se calhar para acabar com o Bullying temos de mudar muita coisa. Vou ser ainda mais ambicioso: se calhar para acabar com o Bullying temos que MUDAR.


Deixo-vos um apanhado sobre bullying, para que quando o virmos, não viremos a cara para o lado e o saibamos identificar. Porque a negligência e a conivência também são formas de agressão.



O bullying é definido como vários tipos de atitudes agressivas, repetitivas e intencionais de uma pessoa ou grupo de pessoas contra outra(s), causando sofrimento, angústia ou dor.


Tipos de Bullying:

  • Físico: Bater, empurrar, beliscar, morder

  • Verbal: Gozar, Insultar, Humilhar;

  • Psicológico: Ameaçar, intimidar, aterrorizar, perseguir;

  • Sexual: Assediar, abusar, violar;

  • Moral: Difamar, caluniar, discriminar;

  • Cyberbulling: Os meios utilizados, são os telemóveis, tecnologias e as redes sociais (internet).

Alguns sinais de que uma criança/adolescente/jovem possa estar a ser vítima de bullying:


  • Mudanças de humor e comportamento;

  • Sentimentos de raiva e medo sem razão aparente;

  • Tristeza, choro ou irritabilidade;

  • Maior agressividade ou isolamento em casa;

  • Desinteresse e baixo rendimento escolar;

  • Baixa autoestima ou autoimagem;

  • Rejeição em ir à escola;

  • Recusa em participar em visitas ou atividades extracurriculares;

  • Dificuldades em fazer amigos na escola;

  • Perda frequente de materiais na escola;

  • Dores de barriga sem causa aparente, principalmente de manhã;

  • Pedidos para que os pais os vão buscar à escola;

  • Problemas de saúde;

  • Pesadelos e/ou dificuldades no sono;

  • Perca de apetite;

  • Isolamento;

  • Sinais de ansiedade.

Características dos agressores:

  • São inseguros e manipuladores;

  • Baixa empatia;

  • Apresentam uma atitude positiva em relação à violência;

  • Exercem a liderança no seu grupo;

  • São validados pelo grupo;

  • Não gostam de ser contrariados;

  • Baixo rendimento escolar.

Características das vítimas:

  • Mais inseguras;

  • Pouco populares;

  • Mais ansiosas;

  • Mais isoladas dos colegas;

  • São mais sensíveis ao que lhes é dito;

  • São tímidos;

  • Apresentam uma atitude negativa contra a violência.

O que o meu filho pode fazer?

  • Contar a um adulto;

  • Ser assertivo;

  • Permanecer calmo;

  • Evitar os agressores e os locais onde eles costumam estar;

  • Agir de forma confiante;

  • Contar aos amigos;

  • Manter uma distância de segurança.







Pedro Paulo Duarte - Psicólogo


16 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page